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17/03/2023

Na loja de roupas usadas, uma vida nova

Ao montar um brechó, Selma Olimpio ganhou um novo meio de sustento e saiu de uma depressão


Por Rogério Lagos

Com um diagnóstico de depressão profunda e sem motivação alguma para sair da cama, a hoje ex-manicure Selma Olimpio vivia apenas entre o salão de beleza em que trabalhava e sua casa, ambos em Capão Bonito, na região sudoeste paulista. Mas tudo mudou em agosto de 2017, quando sua ex-cunhada a incentivou a abrir um brechó. Mesmo não acreditando na venda de roupas usadas, investiu R$ 800 em algumas peças e passou a oferecê-las pelas redes sociais. Deu certo. Selma vendeu todas as peças e passou a entregá-las de moto pela cidade. “Fiquei animada com as vendas, isso foi me despertando e auxiliando com a depressão”, comenta.

No início alugou apenas a portinha de um galpão, mas depois, com a prosperidade do negócio, ocupou todo o espaço para dar vida ao brechó infantil Mini Chic – e, de quebra, mais uma chance para si mesma.

Passou a buscar cada vez mais mercadorias em outros municípios para levar a Capão Bonito. Cuidava muito bem das peças lavando com produtos de qualidade, passando e mantendo uma higienização que se tornou o diferencial do seu negócio em relação à concorrência, somado ao seu prazer em atender e se relacionar com as clientes. Foi comprando armários, gôndolas e fazendo a empresa crescer no mesmo ritmo em que a sua autoestima aumentava. “Posso dizer que o meu negócio me curou. Hoje, o brechó é o meu refúgio. Eu gosto de levantar e ir trabalhar. Não me vejo mais dentro de casa, triste, sem fazer nada”, comemora Selma.

Passados os primeiros obstáculos, chegou a vez de pensar na gestão da empresa de maneira estratégica. Selma sempre se considerou muito boa em vender e em relacionar-se com os clientes, e na já citada qualidade dos seus produtos, mas havia ainda vários pontos a melhorar. E foi aí que entrou o Sebrae-SP. Desde 2021, a empreendedora buscou capacitação e fez cursos em diversas áreas como finanças, planejamento, atendimento, vendas e marketing. Participou ainda do programa Mulheres Empreendedoras e pôde se conectar com a realidade de outras donas de negócio que passam por situações similares, inerentes ao universo do empreendedorismo feminino.

Incomodada com a fachada de sua loja, ganhou do Sebrae-SP o projeto do novo design e fez o investimento necessário para transformar a realidade da sua empresa. “Fiquei encantada com o projeto. Consegui colocar em prática sem precisar de empréstimos, apenas com o dinheiro da loja”, relata. E as mudanças estão fazendo a diferença para o Mini Chic. Desde pouco antes do Natal de 2022 com o novo visual, o brechó vem chamando a atenção das pessoas e aumentando o faturamento. “Estamos vendendo mais, já que nossa clientela aumentou cerca de 40%”, destaca Selma.

Mas, como em todo pequeno negócio, há ainda espaço para melhorar. A empreendedora reconhece que precisa ajustar a gestão financeira do brechó, visto que ainda costuma misturar as contas pessoais com as da empresa. “Vamos aplicar uma consultoria individual de finanças para que ela possa alcançar melhores resultados no faturamento, até mesmo reduzindo custos. A Selma é uma guerreira, possui iniciativa, não fica apenas atrás do balcão esperando as coisas acontecerem, mas está sempre à procura de inovação. Sempre motivada, nunca desiste dos seus objetivos e busca constantemente mais resultados positivos”, destaca o analista de negócios do Sebrae-SP na região Sudoeste Paulista Eduardo Galvão.

Hoje, além das finanças, Selma tem como meta ampliar seu mercado. Apesar de ter grupos de WhatsApp com mais de 500 clientes e consumidoras também em municípios vizinhos, os planos do Mini Chic passam pela criação de uma loja virtual para atender todo o Brasil. E o Sebrae-SP estará ao seu lado nesta jornada. “Faço lives pelas redes sociais desde a pandemia, mas quero mais. Tenho certeza de que conseguimos levar a nossa loja para muito mais pessoas.”

 

fonte: https://sp.agenciasebrae.com.br/cultura-empreendedora/atitude/roupas-usadas-e-vida-nova/